UM CERTO PAÍS DA MARAVILHAS

De história escrita para crianças a clássico da literatura mundial para qualquer idade. Alice é muitas em uma e oferece uma nova camada a cada vez que a visitamos. E é assim que a turma BT45 cria seu espetáculo de formatura: baseado nos livros de Lewis Carroll, trazendo personagens inesquecíveis que suscitam as mais diversas interpretações, de sátiras à busca da identidade, em um mundo em constante transformação.

Dirigidos por Cesar Augusto e com uma dramaturgia feita sob medida por Rômulo Chindelar, nossos jovens atores e atrizes formandos estão prontos para criar a mais envolvente charada no palco da CAL. Uma garota entra no buraco e, a partir daí, nem tudo é o que parece, enquanto tudo é exatamente o que parece.

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Com a palavra, o diretor

ALICE… É o nome, mas o que é, de fato? Me fale sobre a estrada. Caiu? Sonhou? Descobriu? Redescobriu? Se perdeu? Se encontrou? Onde?

ALICE… Da estirpe de personagens que, corajosamente, perscrutam a origem das partes lógicas, dos raciocínios, epifanias, puras obsessões — entre delicadezas e bizarrices, entre possíveis cabeças cortadas. Da origem deste sonho, que se repete e se repete, surgem singularidades, possíveis refúgios das fórmulas não normatizáveis.

ALICE… Que, dentro desta história-fabulosa — nascida de um clássico e recriada por tantos gêneros e estilos — nos permita digerir e reinventar passagens e temas que funcionam como chaves para possíveis fechaduras e buracos, semiabertos, perigosíssimos bueiros, nesta estrada onde cada um constrói o seu caminho. Alice se perde, mas Alice se encontra a cada instante — numa parábola onde os acontecimentos fortalecem essa trajetória heroica, sonsa e marginal.

ALICE… Celebra anos de vida, e esta turma-time, traduzida em letras e números (BT45), se forma. Que essa espécie de maturidade conjunta e espiralar seja um momento especial na vida de cada um. É preciso comemorar — sem moral preconcebida — mas atentos à percepção dos acontecimentos e suas imprevisibilidades. O imprevisível é meu aliado predileto. E acho que “aqueles seres” que regem o teatro também curtem esse salto no escuro… Para isso, é preciso ensaiar muito, cavar cada vez mais fundo, encontrar buracos, bueiros, porosidades — para nos jogarmos, porque “estar preparado é tudo”, né?!

(...)

Cesar Augusto